Segunda-feira, com a síndrome típica das segundas-feiras, que dão aquele ímpeto para começarmos coisas novas, decidi que ia ousar, incrementar minha malhaçao e fazer uma aula de step na academia.
Cheguei uns cinco minutos antes e a turma era composta de umas 10, 12 gordinhas (bem gordinhas) e umas 10 ou 12 magrinhas (beeeeem magrinhas). Já fiquei naquela indefinição, naquele sentimento de não pertencer a lugar nenhum, enfim, eu não era tao gordinha, nem tao magrinha...decidi esperar o início dos, digamos, trabalhos.
A professora chegou atrasada, pedindo desculpas. Abriu a salinha onde ficam os steps e cada uma pegou o seu. O aquecimento começou (enquanto eu ainda me debatia com meu equipamento, tentando diminuir a altura do meu degrau) e, nesse momento, a professora constatou que o microfone não estava funcionando.
Abaixou o som, pediu desculpas, e disse que ia comandar a aula sem o microfone "com os sinais de sempre".
"Ah, que ótimo". - pensei - Minha primeira aula e ela decide comandar "com os sinais de sempre". E onde é que eu compro o livrinho de legislação de step?
O caos se instalou. Ela levantava a mão e fazia um sinal (tipo um 1) e todo mundo começava a rodar pra esquerda. Só que é super dificil rodar pra esquerda E observar o que as colegas estão fazendo, né?
Depois, ela vem com um sinal que me lembrou muito uma desmunhecada lateral, e todas as coleguinhas, as do grupo das gordinhas e as do grupo das magrinhas stepholics que, além dos movimentos comandados para as pernas, acrescentavam variacoes mais saltitadas e com gestos de mãos...
Comecei a ficar frustrada e parei no básico. Básico, básico, cogitei inventar minha própria coreografia, e, apesar de eu estar na última fileira (graças a Deus tive o discernimento de não dar prioridade à minha condição de míope e ir lá pra frente), desci do salto (ops, do step) e sai de fininho. Nem olhei pra trás, pra não correr o risco de me deparar com olhares fuzilantes.
Acho que não volto mais. Melhor ficar com minahs queridas maquininhas que super me compreendem.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Marido perfeito
Henrique se supera a cada dia na cozinha. Outro dia tivemos salada com camarões e EU JURO que foi o melhor camarão que comi na vida!!!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Quem gosta de vegetais
Na primeira semana de aula, ofereceram pro Rico fazer parte de um projeto da faculdade que promove uma alimentacao mais saudável entre as pessoas.
Funciona assim: você compra uma sacola de algodão por 5 libras e adquire o direito de ter sua sacola de vegetais abastecida com produtos orgânicos. Depois, cada "recarga" custa 5 libras, e eles mandam os vegetais frescos, saudáveis, sem agrotóxicos e blá, blá, blá...
Achei bem legal o projeto, fiquei entusiasmada e mal podia esperar para a chegada de nossos vegetais, até que eles chegaram:
Funciona assim: você compra uma sacola de algodão por 5 libras e adquire o direito de ter sua sacola de vegetais abastecida com produtos orgânicos. Depois, cada "recarga" custa 5 libras, e eles mandam os vegetais frescos, saudáveis, sem agrotóxicos e blá, blá, blá...
Achei bem legal o projeto, fiquei entusiasmada e mal podia esperar para a chegada de nossos vegetais, até que eles chegaram:
Veio um pé de alface crespa, algumas vagens, duas cenouras, duas maçãs, dois tomates, algo cítrico que estamos na dúvida se é um limão ou uma laranja e várias outras raízes (que tenho certeza que são raízes só pelo tanto de terra que trouxeram com elas). Organicamente, já achei um inseto pela casa (coincidentemente no dia que a sacola chegou, hein?)...
Vista aérea da sacola, sem a alface e as vagens, que estavam tapando as outras coisas e prejudicando a foto.
Foto do tomate, com minha mão ao lado para vcs terem noção do tamanho. Lembrando sempre que minha mão é feminina e delicada e não uma mão de jogador de basquete.
Prêmio especial para quem me ajudar. Vegetal não identificado. O que é isso?
Beijocas!!!
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Catiluva!!!
Gente,
pra quem não sabe, Catiluva é a Catarina, minha amiga moçambicana que conheci através do blog (da Bonitona).
Por causa do blog, trocamos nossos messengers e acabamos ficando amigas de verdade. A Catiluva havia me prometido há um tempão uns livros de autores moçambicanos (pra eu conhecer) e uma bolsa de capulana (que é um tecido de algodão muito lindo, com váaaaaaaaaaaarias estampas super coloridas e típico de moçambique). Com as dificuldades do correio de lá e do Brasil, eu nunca consegui mandar nada pra ela (mandei um livro que até hoje não chegou) e ela tb não se sentia segura de me mandar nada...
Mas, agora, comigo aqui na Escócia (e a irmã da Cat morando em Portugal para estudar) ela aproveitou que a irmã passou em Maputo e enviou a encomenda. De Lisboa para Aberdeen, chegou em 4 dias!!!
Olha que delícia ganhar um presente TÃO internacional de uma amiga que, mesmo sem a gente nunca ter se visto, já é tão importante pra mim!
Beijos, Cat, muito obrigada!!!
pra quem não sabe, Catiluva é a Catarina, minha amiga moçambicana que conheci através do blog (da Bonitona).
Por causa do blog, trocamos nossos messengers e acabamos ficando amigas de verdade. A Catiluva havia me prometido há um tempão uns livros de autores moçambicanos (pra eu conhecer) e uma bolsa de capulana (que é um tecido de algodão muito lindo, com váaaaaaaaaaaarias estampas super coloridas e típico de moçambique). Com as dificuldades do correio de lá e do Brasil, eu nunca consegui mandar nada pra ela (mandei um livro que até hoje não chegou) e ela tb não se sentia segura de me mandar nada...
Mas, agora, comigo aqui na Escócia (e a irmã da Cat morando em Portugal para estudar) ela aproveitou que a irmã passou em Maputo e enviou a encomenda. De Lisboa para Aberdeen, chegou em 4 dias!!!
Olha que delícia ganhar um presente TÃO internacional de uma amiga que, mesmo sem a gente nunca ter se visto, já é tão importante pra mim!
Beijos, Cat, muito obrigada!!!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Quem gosta de comidas típicas
Domingo, decidimos fazer uma coisa que há muito planejávamos. Experimentar um Haggis.
Pra quem não sabe, Haggis é a comida típica da Escócia, quase o que a buchada de bode é para o Ceará. Mas como bodes não pastam por essas bandas, o haggis é feito de estômago de ovelha, e leva iguarias moidas do mesmo animal, tais como fígado, pulmão, coração e por ai vai...
De acordo com a wikipédia:
Haggis é um prato tradicional da cozinha escocesa. A sua apresentação em banquetes reveste-se sempre um carácter de pompa: é servido ao som das gaitas de foles e cortado com uma espada pelo alto dignitário da mesa. O haggis consiste num bucho de carneiro recheado com vísceras, ligadas com farinha de aveia. Difere dos maranhos portugueses pelo fa(c)to de o bucho ficar inteiro.
O Haggis lembra muito a buchada de bode, prato tipico da culinaria nordestina brasileira.
Um Haggis pode ser feito da seguinte maneira:
Ingredientes:
Estômago, coração, fígado e pulmões de uma ovelha
4 a 5 cebolas
2 xicaras de grãos de aveia tostado
450 g de banha, gordura animal
sal
pimenta
pimenta cayenne
sumo de um limão
molho de carne, pode ser feito com o próprio liquido do Haggis
Preparo:
Lava-se muito bem o estômago e vira-se do avesso. Raspa-se bem estar parte, porque vai receber o recheio. Para facilitar, pode-se deixar de molho, em água com sal, de um dia para o outro
depois de lavar os "miúdos" da ovelha, fura-se o coração e o fígado para remover o sangue o máximo possível
Ferve-se tudo um pouco, deixando a traqueia de fora da água. Passados alguns minutos muda-se a água e deixa-se ferver durante uns bons 30 minutos
Corta-se o fígado ao meio e reserva-se uma das metades. O resto corta-se tudo muito fininho. Mistura-se a carne com a aveia, as cebolas e a gordura animal. Em seguida, e apenas agora, corta-se também o resto do fígado finamente, pode-se até moer, e junta-se a este preparado. Corrigem-se os temperos e recheia-se o estômago, com cuidado para este não rebentar. É importante ter em atenção que o cereal, a aveia, vai expandir. Adicionar o sumo do limão e fechar o estômago muito bem, não deixando muito ar lá dentro.
Você pode fazer pequenas ou grandes bolas de haggies.
Quanto ao cozimento, é preferível que se cozinhe na água onde se ferveram o coração, o fígado e os pulmões. Deixa-se ferver por mais três horas! Servir com molho de carne de sua preferência.
Para nossa estréia, escolhemos o restaurante/pub do nosso coração. E lá fomos, com a cara e a coragem. Eu pensando: Laura, você come dobradinha, língua, moela, molho pardo, que é que tem comer haggis...de boa...
Estávamos apreensivos.
Pra quem não sabe, Haggis é a comida típica da Escócia, quase o que a buchada de bode é para o Ceará. Mas como bodes não pastam por essas bandas, o haggis é feito de estômago de ovelha, e leva iguarias moidas do mesmo animal, tais como fígado, pulmão, coração e por ai vai...
De acordo com a wikipédia:
Haggis é um prato tradicional da cozinha escocesa. A sua apresentação em banquetes reveste-se sempre um carácter de pompa: é servido ao som das gaitas de foles e cortado com uma espada pelo alto dignitário da mesa. O haggis consiste num bucho de carneiro recheado com vísceras, ligadas com farinha de aveia. Difere dos maranhos portugueses pelo fa(c)to de o bucho ficar inteiro.
O Haggis lembra muito a buchada de bode, prato tipico da culinaria nordestina brasileira.
Um Haggis pode ser feito da seguinte maneira:
Ingredientes:
Estômago, coração, fígado e pulmões de uma ovelha
4 a 5 cebolas
2 xicaras de grãos de aveia tostado
450 g de banha, gordura animal
sal
pimenta
pimenta cayenne
sumo de um limão
molho de carne, pode ser feito com o próprio liquido do Haggis
Preparo:
Lava-se muito bem o estômago e vira-se do avesso. Raspa-se bem estar parte, porque vai receber o recheio. Para facilitar, pode-se deixar de molho, em água com sal, de um dia para o outro
depois de lavar os "miúdos" da ovelha, fura-se o coração e o fígado para remover o sangue o máximo possível
Ferve-se tudo um pouco, deixando a traqueia de fora da água. Passados alguns minutos muda-se a água e deixa-se ferver durante uns bons 30 minutos
Corta-se o fígado ao meio e reserva-se uma das metades. O resto corta-se tudo muito fininho. Mistura-se a carne com a aveia, as cebolas e a gordura animal. Em seguida, e apenas agora, corta-se também o resto do fígado finamente, pode-se até moer, e junta-se a este preparado. Corrigem-se os temperos e recheia-se o estômago, com cuidado para este não rebentar. É importante ter em atenção que o cereal, a aveia, vai expandir. Adicionar o sumo do limão e fechar o estômago muito bem, não deixando muito ar lá dentro.
Você pode fazer pequenas ou grandes bolas de haggies.
Quanto ao cozimento, é preferível que se cozinhe na água onde se ferveram o coração, o fígado e os pulmões. Deixa-se ferver por mais três horas! Servir com molho de carne de sua preferência.
Para nossa estréia, escolhemos o restaurante/pub do nosso coração. E lá fomos, com a cara e a coragem. Eu pensando: Laura, você come dobradinha, língua, moela, molho pardo, que é que tem comer haggis...de boa...
Estávamos apreensivos.
Detalhe para nossa apreensividade esperando o prato.
Quando o tal do haggis apareceu, era isso:
O preto do meio é o tal. O mais claro é batata amassada não sei se poderia ser chamado de purê, porque nao me parece levar nenhum dos outros ingredientes) e o amarelinho é cenoura amarela amassada tb.
Além dos miúdos, o haggis leva o cereal, que faz com que a textura pareça um pouco com a de um kibe. ë suuuuuuuuper temperado, por isso não dá pra sentir direito (ainda bem) o gosto dos ingredientes, mas mesmo assim, não amei não, sabe? Aliás, fui correndo pedir um prato de fish and chips (que tb é bem comum por aqui).
Mais provas do Henrique comendo:
Diz ele que gostou. Mas pergunta se repete a dose...
Quem está pensando em ter filhos
Oi, gente! Voltamos...
Uma coisa que percebemos logo que chegamos aqui, é a dificuldade das pessoas entenderem e pronunciarem o nome do Rico. O meu nome, ao contrário, além de ser lindo (modéstia a parte, obrigada, mamis e daddy!) é super internacional e todo mundo entende de primeira (é só pronunciar Lóura).
O Rico tem colegas de todas as nacionalidades. Chineses, nigerianos, americanos, canadenses, escoceses, ingleses, indianos e até pessoas da guiana francesa (cuja nacionalidade não sei escrever com o termo correto). Ninguém consegue falar o nome dele. Aliás, ninguém consegue evitar a cara de completo estranhamento quando ele se apresenta. E olha que ele tem colegas com nomes como Spirus (o grego), Oyantade (Nigeriano) e por ai vai...
Nas palavras de Henrique, hoje, "é como se eu me chamasse "num ninho de marfagarfos tem cinco marfagafinhos, quem conseguir desmarfargafar todos os marfagarfos bom desmarfagarfizador será".
Por isso, ficamos pensando que alguns nomes devem ser evitados. João, por exemplo, é absolutamente impronunciável por essas bandas. O que não significa que Kevin seja um nome adequado pra nosso futuro herdeiro.
Um dia desses, decidimos pedir uma pizza e estranhamos o fato do moço não ter perguntado como se soletrava o nome do Henrique, que até comentou: nossa, até que enfim alguém que entendeu meu nome, acho que é porque ele era italiano.
Ahã. Entendeu.
Chegou aqui uma pizza para N Hikky.
E o comprovante que não me deixa mentir (o nome dele está escrito logo abaixo do 522):
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Vovô Fifi
Outro dia ouvi dizer que toda carta chega a seu destinatário, basta que seja escrita. Por isso, estou escrevendo esta carta, para avisar que a minha dor e meu amor, de mão dadas, atravessaram o oceano pra estar com você nestes últimos dias.
Para dizer que, a partir de hoje, eu não acredito mais que as pessoas morram, porque sei que, em mim, você vai continuar muito vivo. Em mim e, tenho certeza, em todas as pessoas que tiveram a alegria de poder conviver com você nestes 95 anos tão bem vividos. Em mim e em cada um dos seus 12 filhos, 30 netos e 13 bisnetos (até agora).
Continua viva a lição de que doce de leite não vem na porta de casa (que foi o seu jeito de ensinar à minha mãe que quando a esmola é demais, o santo desconfia e que ela me ensinou com as suas palavras). Continua viva a sua expresão de encantamento e alegria quando via o mar, que você amava tanto, apesar de tê-lo conhecido quando já era adulto há muito.
Continuam vivas as caixas de bombom Garoto que você nos dava em nossos aniversários e as palhas de milho que usava para fazer seus cigarros. Continua viva a barba por fazer que esfregava em nossas bochechas e a mão que (há tanto tempo) costumávamos beijar para pedir a benção. Continua viva sua mania de guardar os jornais dos dias super importantes, o que me deu (e ao Dudu também) uma fama considerável quando, na quarta série, levamos ao colégio a edição original do jornal que anunciou a morte de Getúlio Vargas.
Certeza: continua viva essa braveza, ah, a braveza de todos os Ribeiro. Um "aborrecimento" sem tamanho e que, apesar de tudo, nunca diminuiu, em nada, o amor que sentimos pelo senhor. Continua viva essa disposição para o trabalho, para não fugir da raia, para encarar os desafios de todos os dias com dignidade e cabeça sempre erguida.
Continua vivo o último conselho que me deu, com um puxão de orelhas: quando a gente casa, a saia tem que ficar mais comprida, viu?
Continua vivo o orgulho de ter um avô que, depois de uma vida inteira, inventou que queria ser diferente, e se permitiu aprender a dançar. Que se permitiu seguir dançando, mesmo quando já não ouvia as músicas, pelo simples fato de que a vida é mais feliz quando a gente dança. Fica a lembrança do seu aniversário, quando eu, Aninha e Paty decidimos ir na festinha que teria no Clube da Maturidade, e tivemos que enfrentar os olhares desconfiados de suas parceiras de dança.
Continua viva a alegria de ter um avô que nunca perdeu a capacidade de se encantar com os lugares (novos e velhos) e que adorava arrumar sua malinha e viajar, para onde quer que fosse. De um avô que, ao se surpreender com a possibilidade de conversar com o Dudu, do outro lado do mundo, pelo computador, começou a chorar e a acariciar a tela.
De um avô que, como não ouvia, acabava falando mais alto do que deveria no meio da missa. De um avô que amava ser visitado e que, de uns tempos pra cá, passou a aceitar qualquer beijo estalado, fechando os olhos e agradecendo sempre: obrigado, obrigado.
E, quando eu fecho os olhos, lembro do dia da novena, em que, comigo, mamãe e tia Izildinha, você, que não estava ouvindo uma só palavra do que dizíamos, levantou as mãozinhas e começou a cantar: "Em nome do pai, em nome do filho, em nome do espírito santo, estamos aqui..." e as lágrimas que me vieram naquele dia, quando começamos a cantar com você, voltam todas hoje, para simplesmente agradecer a oportunidade de tê-lo tido em minha vida, por todos esses 28 anos.
Sei que, de uns tempos pra cá, você começou a se organizar para ir embora, embora a gente não gostasse (e eu ainda não gosto) desse assunto. Mas também sei que te incomodava muito ir a enterros vazios, e, só por isso, para que você fique mais tranquilo, aviso nesta carta que foi um enterro muito cheio e repleto de amor.
Acredito, por fim, que Deus não te deixou sofrer nenhum minuto e que decidiu te levar para aliviar o seu sofrimento, porque, afinal de contas, Deus te quer sorrindo. E nós também...
Tenho certeza que você está sorrindo e descansando agora, ao lado da Vovó Magui e do Tio Gabriel.
Te amo muito e me despeço pedindo sua benção para continuar.
A benção, vô.
Laura
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