De Aberdeen para...

Um blog com destinatários especiais e destinos inusitados.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Botas

Na semana passada, minha querida bota preta (que eu tinha comprado em Buenos Aires-2007) veio a falecer. A seguir, as fotos que comprovam o fato (cuidado, as imagens são fortes e podem ser um pocuco chocantes).



Sejamos justos, a botinha durou um bocado. Aguentou uns bons quilômetros na vida (desde 2007!), principalmente nesta fase final, quando encarou, com a maior dignidade chuva e neve. RIP!

Superado o trauma e feito o exercício de desapego, passei a próxima etapa, que é a de adquirir uma bota nova, já que, sem uma bota preta decente, minha vida aqui seria muito mais dificil. Não podia ter bico fino, nem saltão, porque eu ando MUITO durante a semana. Também não podia ter uma sola muito delicada. Mas também não podia ser mais uma bota de esquimó, porque eu queria uma coisa mais fashion...

E foi  quando minha querida (e sempre in) Fafá me deu a dica das Hunter Boots.

As Hunter Boots são botas originais da Escócia que ganharam os corações e os pés de todos os britânicos ilustres (eles tem um modelo feito especialmente para Lady Di). Além dela, outras moças muito estilosas:

 

Apesar de eu ser totalmente Team Jennifer, devo acrescentar que até a Angelina Jolie tem as suas. Ah, e para o verão, vai ser lançada uma nova linha, assinada pelo Jimmy Choo (fãs de Sexy and the City e sapatos em geral, tremei!)

Fato é que elegi essas botas pretas (elas existem em milhões de cores e estampas, tipo Havaianas) para chamar de minhas, e ei-las:


Tá bem, tá bem. Eu sei que você vai dizer: mas, Laura, isso são galochas, botas sete léguas. E eu responderei: - Não são. São Hunter Boots. (Que é o nome que as pessoas fashion dão para suas... galochas. Rsrsrsrsrsrsrsrs...) É mais ou menos o raciocínio das Havaianas mesmo. Você tem várias sandálias de borracha, mas só as Havaianas são as legítimas, né?

Depois, fiquei pensando e me pareceu meio (ou bastante) óbvio que, considerando o clima que eu enfrento, galochas são a única opção viável, já que couro e água, definitivamente, não são o que se pode chamar de dupla dinâmica.

Então, é melhor eu começar a acreditar que elas são LINDAS! E vocês também.

Bjoooo

quarta-feira, 24 de março de 2010

Museu do Chocolate

Em Brugges, há alguns museus (como em qualquer cidade da europa, imagino). Mas três deles se destacam: o museu do chocolate, o museu da cerveja e o museu da batata frita. Os três alardeiam contar a história da (o) ________________________ (escolha a alternativa cerveja/chocolate/batata frita) desde a(o) ______________ (escolha a alternativa cevada/cacau/batata crua) até a(o) _______________ (escolha cerveja/ chocolate/ batata frita).

Considerando o estado etílico do Henrique e a absoluta obviedade da producao das batatas fritas, escolhemos o museu do chocolate (também para elevar a glicose e tal).

Taí um dinheiro mal gasto. Uma exposição besta, bem besta mesmo, com umas árvores cenográficas de cacau, uns jogos de porcelana, nada a ver. Salvou-se pelos chocolates que eles distribuem na entrada e na saída. E pela escultura de chocolate branco ai do fundo, né?

Agora, francamente, olha o painel que eles poem pra vc fingir que é um, hum, sei lá, chocolate? cevada? batata frita? coco? dente podre?:


Ainda bem que o Rico estava mais prá lá do que pra cá e aceitou posar.

terça-feira, 23 de março de 2010

Futebólatras

Dizem que o Brasil é o país do futebol. Começo a pensar que não. O país do futebol é a Escócia.

Já perdi a conta de quantas vezes, ao dizer que sou brasileira (especialmente a taxistas), tive que ouvir a escalação da seleção brasileira desde 66, e comentários detalhados sobre a diferença que jogadores que eu nem sabia que existiram fizeram em cada jogo. E é sempre um pouco constrangedor quando eles percebem que eu não sou especialista no assunto e, pior ainda, não sei nem em que time o Cacá joga.

Além disso, é com certo orgulho que já me contaram (váaarias vezes) que a última vez que a Escócia jogou uma copa do mundo, ela estava no grupo do Brasil e perder para o Brasil, por aqui, não é problema nenhum. Problema, problema de verdade, para os escoceses é ter que aguentar a Inglaterra.

A rivalidade Escócia x Inglaterra é muuuuuito séria, mas muito mais séria que Brasil e vocês-sabem-quem. Agrava-se, principalmente, porque o mundo inteiro conhece a rival (e os times de futebol da rival, e os principais jogadores da rival) e ninguém dá muita bola (com o perdão do trocadilho) para o que se passa na terra do William Wallace.

Se você quer matar um escocês de raiva/antipatia é só perguntar (como eu, inocentemente, fiz no começo) se eles vão torcer pra Inglaterra na Copa da África. Nunca pergunte isso. NUNCA.

Em muitas situações eu me surpreendo com a paixão do povo daqui por futebol, como quando, chegando no aeroporto de Glasgow, vimos essa camiseta:

Bem, é uma camiseta sobre um jogo que aconteceu há 24 anos, e que, pelo que entendi, a Argentina ganhou da Inglaterra com um gol de mão do Maradona. Os escoceses lembram (e comemoram) esse dia até hoje. Com detalhes, eu acho.

Outra camiseta que circula por aqui é a da ABE - (Anyone but England, ou seja, Qualquer um Menos a Inglaterra), da torcida organizada CONTRA a Inglaterra na copa do mundo. Pra quem não acredita, o movimento tem até site!!! http://www.anyonebutengland.com/ A polícia de Aberdeen está vistoriando as lojas e mandando tirar a camisa da discórdia das vitrines. O site é muito engraçado (pelo menos pra quem não é inglês). Tem até um link para ver todas as DERROTAS da Inglaterra desde 66...

Outra situação inusitada aconteceu ontem, quando perguntei a meus alunos "se você pudesse viajar no tempo, para que época iria?" e obtive a resposta: "eu iria para a copa de 78, no jogo Escócia e Holanda, só pra ver o gol do Archie Gemmil." Eu, que não fazia idéia de que gol era esse, fui no youtube:





Concordo que o gol é bonito, mas, sei lá, é só um gol, né? Se a pessoa pudesse viajar no tempo, iria sair de 2010 pra baixar em 78 só pra ver um gol que ela pode ver quantas vezes quiser no youtube???? Vai entender...

Bom, eu só queria contar isso mesmo. Acho tão legal...

domingo, 21 de março de 2010

Bélgica!

Pessoas,

esse fim de semana, fomos conhecer o CONTINENTE europeu (e não mais parte ilha em que moramos).

Com a querida RYANAIR, que vende passagens a 5 euros (que viram 20 euros, com a taxa de embarque), decidimos conhecer a Bélgica.

Saimos de casa as seis da manhã de sexta, para pegar um ônibus as 6:35 até Glasgow. Da rodoviária de Glasgow, pegamos um taxi (40 minutos) até o aeroporto e, depois, voamos (1:15) até Charleroi, que é a Confins de Bruxelas. De Charleroi, pegamos um carro e fomos à Bruxelas, onde demos uma passeadinha só pra conhecer o famoso "menino fazendo xixi- Mannekenn Pis", que, sinceramente, é do tamanho daquele boneco Manequinho (que também fazia xixi e eu acho que tinha o nome por causa do monumento belga).

Mas, enfim, vista uma praça lindíssima e o menininho, comemos nosso primeiro waffle, nossa primeira batata frita e fomos viajar mais um pouquinho, até Brugge (ou Brugges, sei lá, cada um fala de um jeito).

A Bélgica defende ser o país de quatro coisas:
- da cerveja (que é internacionalmente reconhecida como alemã);
- do chocolate (que é internacionalmente reconhecido como suíço);
- das batatas fritas (que são reconhecidas internacionalmente como francesas - french fries, em inglês);
- e do waffle.

Se eu fosse belga, insistiria em garantir só o waffle que já estava de bom tamanho. Sim, os chocolates são uma delícia, as batatinhas também, e a cerveja, bem, o Rico está considerando um doutorado na Bélgica só por causa dela, mas, o waffle...ai, ai, ai...meu ponto fraco.

Dessa vez, decidi não postar as fotos separadamente, mas fazer um filmito (com música em francês, já que é uma das línguas que eles falam por lá). A outra, é um dialeto "flemish" (meio holandês, meio alemão), nada simpático (principalmente quando os nomes das ruas nos mapas estão em francês e o nome das ruas nas placas está na outra língua), mas, cést la vie...

Oui, oui, merci, merci e vamo que vamo...

Depois conto mais detalhes!






sábado, 20 de março de 2010

30 anos!



PS: Só comecei a chorar pq tem um erro horrível de português nos cartazes e não dava tempo de fazer tudo de novo. Ah, foi...

terça-feira, 16 de março de 2010

Stirling - Wallace Monument

Pra terminar nosso tour do fim de semana, fomos conhecer o Wallace Monument, que, obviamente, homenageia o...adivinhem...William Wallace!

É uma torre de muitos metros de altura (equivalentes a 264 degraus). A torre fica no alto de um morro, e não tem carro nem escada rolante pra chegar lá. Nossas pernas (e batatas das pernas, principalmente) já estavam exaustas das escadarias do Dunnotar, mas, mesmo assim, fizemos o esforço e subimos tudo.

A parte boa é que eu pensei: pelo menos as calorias do jantar de ontem e do café devem estar indo embora. Auto engano é ótimo às vezes. Quase sempre.

Aquela torre lá no morro é o monumento. E onde o Rico está é nosso ponto de partida para a caminhada.




- Rico imitando a estátua do inevitável William Wallace


- Dizem que a espádua de WW era desse tamanho ai. Diz a lenda.




Depois de subir todos os degraus, a gente chega numa cupula aberta, onde o vento faz a curva. De lá, tem-se uma visão panorâmica (360 graus). Isso se você conseguir ficar com os olhos abertos, por causa do vento.


Ainda na cúpula, Rico com parte da vista ao fundo. Dá pra ver o rio atrás, mas, de tão redondinho o curso, achamos que é artificial.


Eu sentadinha no alto do monumento. Medo de sair voando por ai...


E, na volta, os mesmos 264, nessa escada. Ampla, né?

Bom, pessoas, foi isso. No próximo fim de semana vamos passear de novo. Por isso, aguardem novidades.

Saudades, sempre.

Laura e Rico

Stirling - Pousada e Noite

Bem, depois da decepção castelar, fomos pra pousada. Um Bed and Breakfast (B&B), que é o nome das pousadas daqui. O Rico reservou o B&B mais legal (famoso e conceituado) da cidade e valeu cada centavo de libra! Ficamos os quatro no quarto (eu, Rico, Jan e Tim - Tim é a mochila da Timberland do Rico, que eu já casei com a Jan, rsrsrsrsrsrsrsrs).

A dona da pousada, Joan, era uma velhinha (deve ter seus 70 anos) muito simpática e atenciosa. Pena que não tiramos fotos com ela.

Olha a lindeza do nosso quartinho, gente!!!


Nossa pousada é essa casinha simpática do outro lado da rua.







PS: Com vocês, Jan e Tim, nossos companheiros de viagem.

Depois de uma sonequita, tentei tomar banho, mas não fui muito bem sucedida. Os banhos na Escócia, por enquanto, dividem-se em duas categorias: ou quentes e com pouca água, ou frios, com muita água. O banho da pousada estava na segunda categoria e eu dispensei. Começo a pensar que, por isso, o povo daqui não seja muito afeito ao hábito. Mas enfim, persisto na higiene, viu?

Saimos para jantar num restaurante bem escocês. Pela minha experiência, já conclui que o estilo escocês é um estilo inglês brega. E eu adoro, porque o povo aqui é muito espontâneo, carinhoso, receptivo, gentil, e brega. E como eu sou bem breguinha também, acaba acontecendo uma afinidade.

Barriga cheia, decidimos ir a um pub, chamado...William Wallace. Bem, TUDO em Stirling chama William Wallace. College William Wallace, University William Wallace, Posto William Wallace, Ponte, Rua, tudo...

O Pub era pra uma faixa etária bem superior à nossa, e parece que todos os frequentadores vão ali há anos. E mais, era a noite do karaokê. Viramos automaticamente atração.






PS: Deem uma olhada no balcao atras das grades, pra vcs terem uma noção do público...

E o povo se jogando no karaokê. Todos os velhinhos super profissionais.

Agora, atenção: EU E O RICO CANTAMOS NO KARAOKE, mas este momento ÚNICO ficará só nas nossas memórias, já que ninguém registrou. Garanto que a imaginação de nenhum vocês conseguirá chegar nem perto do que aconteceu, mas o Rico brilhou, pq eu tive um acesso de riso.

Depois do show, fomos dormir e encerramos nossa hospedagem em grande estilo, com um mega café, na sala de jantar lindinha da nossa pousada...







Huuuuuuuuuuuum!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Stirling - Estrada e Castelo

Depois de Stonehaven/Dunnotar Castle, decidimos seguir viagem. A estrada era ótima, e ainda há trechos cheios de montanhas com neves. No começo, Rico teve uma pequena dificuldade com a mão inglesa, mas, rapidinho ele pegou o jeito.




Chegando na cidade, fomos direto pro Castelo. O dia estava lindo, e logo na entrada, havia várias crianças brincando com espadas, muito bonitinho.

Stirling é uma cidade muito importante na história da Escócia, primeiro pela posição estratégica (é a cidade que liga as Terras Baixas - lowlands - às Terras Altas - Highlands) e, por isso, antigamente dizia-se que "quem tem Stirling tem a Escócia". Em segundo lugar,'foi em Stirling que o William Wallace (maior heroi nacional) ganhou, com apenas 16.000 homens, uma batalha contra 50.000 soldados ingleses (e mais 1.000 soldados a cavalo).

Outra coisa legal é que as libras ESTERLINAS tem esse nome até hoje por causa dessa cidade (eles pronunciam STERLIN).

Mas então, entramos no castelo cheios de expectativas.









Retomando: entramos cheios de expectativas e ficamos cheios de decepção. A maior parte do castelo está fechada para reformas. E a parte que já foi reformada... nem sei o que dizer. Eu não sei o que eles quiseram fazer, mas a restauração incluiu pintar o castelo, por um teto super moderno, colocar uns bonecos de cera, enfim... Virou um parque temático (e nisso, incluem-se crianças, muitas delas, correndo, chorando, gritando, sendo crianças, com todas as implicações que isso traz). O que não é exatamente o que eu espero de um castelo ( a menos que seja o da Cinderela, na Disney).

E como tínhamos acabado de ter a experiência do Dunnotar, acho que ficamos mais exigentes.



Com isso, vimos tudo em 40 minutos, e fomos pra pousada.

Daqui a pouco posto mais.

Bjooo

domingo, 14 de março de 2010

Dunnotar Castle - parte 2

Bem, depois de darmos várias voltas pelas redondezas das ruínas, e, apesar de já acharmos que estava tudo "visto", decidimos encarar a descida da escadaria (e a subida para os castelos) e conhecer tudo direito.

Pessoas, vocês não acreditam o tanto que as ruínas são legais. Mas assim, muito mesmo, sabe? Talvez pq eu não tivesse nenhuma expectativa sobre elas, e também pelo fato de não ter tanta estrutura turística (sim, eles cobram entrada e tem mapinhas, plaquinhas e tudo mais, mas não tem uma enxurrada de gente, nem uma "nuvem" de pessoas).

Enfim, ficou mais legal ainda.


Bom, essa foi a primeira parada da viagem. Durante a semana vou postando o resto pra vcs!

Beijoooo